Surpresa

    Alguém te chama, você abre a porta e lá está ele. Não é qualquer pessoa, é quem você achava que não veria durante muito tempo, mas ele está na sua frente agora e tudo que você consegue fazer é chorar.        As lágrimas surgem em torrente, em um impulso incontrolável, acontece assim porque você não estava pronta para aquilo, não estava pronta para ter uma conversa com aquele velho conhecido - e novo estranho. Aquela nova pessoa não te faz mais sorrir, sua presença impõe dor te fazendo perceber novamente que não estava pronta.

    De repente o sorriso dele surge, parece satisfação, uma mistura entre estar feliz ao notar que ainda causa reações no seu comportamento e ficar confortável por estar olhando nos seus olhos, como se pudesse tocar você  no momento em que quisesse. Ao perceber isso, você se esforçou para afirmar para si mesma que ele não tocaria em nem um fio de cabelo seu. 

    O silêncio paira um instante, você consegue tirar proveito disso, falando com toda força que resta: ''leve tudo, leve seu maldito amor, sua maldita falsidade, todas as suas maldições, não deixe vestígios pra voltar, não quero brechas.''

    Ele ouviu atento, decidiu ir (...) é, pode ser que ele seja obediente, a Deus você roga que sim (...) você seria mais feliz se ele fosse, pelo menos até chegar a cura de todas as feridas que restaram, fazendo a vinda, o sorriso, o olhar, a malícia e as maldições que trouxer consigo serem fogo que não arde no seu coração.