Esperança

Pulei o muro de um beco sem saída. Lembro que corria para sair dali, desesperada com as vozes que me declaravam culpada por algo que não me lembro, estava atormentada e sempre acabava tropeçando em algo. Caí e me machuquei muito, levantei e caí diversas vezes o que fez as feridas aumentarem cada vez mais.
Lembro de muitas pessoas que amo correndo ao meu lado, lutando por mim, querendo me tirar daquele pesadelo escuro e mórbido, talvez aquelas pessoas quisessem sair de lá também, mas priorizavam a minha salvação. Havia muito de inocência em mim e eu não tinha culpa pelo que estava sendo julgada, embora não soubesse ao certo do que se tratava (...).
Alguém gritou: ''Eu sei o que você está pensando, mas as coisas são diferentes aqui, o que é certo para você está errado para eles.'' Continuei fugindo, mas não tinha para onde ir, andava em círculos, queria achar uma porta aberta para ir embora levando tudo que amava. Queria em seguida trancar a porta deixando todos que me oprimiam ali dentro, mas não havia saída.
Entre os círculos enxerguei aquele corredor, o lugar mais sujo dali, o mais escuro e mais aterrorizante. Apesar disso, entrei e corri mais depressa esperando encontrar luz, vi apenas um muro alto, percebi as vozes ruins se aproximando, me dei conta: tenho que pular. Pulei, respirei, trouxe alguém que me ama comigo e caí sob plumas. Estou salva! 
Hoje há tanta luz aqui e há felicidade, por vezes volto ao local onde estão as plumas para conferir se mais alguém que amo está lá, um dia sei que todos eles sairão daquele escuro no qual um dia estive.

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